Via Agência Pública
O
presidente Michel Temer admitiu ter ouvido de Joesley Batista (JBS) que
este estava pagando uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao
doleiro Lucio Funaro para que se mantivessem calados na prisão. “Tem que
manter isso”, disse Temer, ao ouvir Joesley. No dia seguinte, afirmou a
amigos que compreendeu a ajuda a Cunha “por motivos humanitários”.
O
empresário também gravou Temer indicando o deputado federal Rodrigo
Rocha Loures (PMDB-PR) para intermediar interesses da JBS no Cade. O
deputado foi filmado pela PF recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados
por Joesley. No momento da bomba, o deputado estava em Nova York
representando Michel Temer em um jantar em homenagem ao prefeito de São
Paulo, João Dória, doador da campanha eleitoral de Loures.
Aécio
Neves, por sua vez, foi gravado combinando com Joesley quem seria o
intermediário de 2 milhões de reais que a JBS iria mandar para ele. “Tem
que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação”. O dinheiro,
rastreado pela PF, chegou a Gustavo Perrela, filho do senador Zezé
Perrela e dono do helicóptero flagrado com 415 kg de cocaína em 2013.
Aécio também pediu 40 milhões a Joesley para “comprar um apartamento
para a mãe” em troca de indicar um diretor para a Vale.
Nesse padrão ético fica fácil entender por que Celso Vendramini, advogado que já defendeu mais de 100 policiais de homicídio,
não tem medo de ferir a lei, se for para defender os seus. “O policial
não precisa esperar o marginal puxar a arma pra atirar nele, não. O
policial é, na rua, advogado, promotor e juiz em segundos. Aquela coisa de filme americano em que o policial puxa a carteira e diz os direitos dele, isso é historinha da carochinha”.
Vamos precisar de nervos fortes para sobreviver a esta semana.
Marina Amaral, codiretora da Agência Pública
Marina Amaral, codiretora da Agência Pública
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